Presentificar o sonho:
No sonho há um carro velho e um carro novo. Eu tenho medo
de dirigir o carro novo e quando me torno o carro velho sinto muita tristeza, deixo esta emoção me encher e choro. Agora me torno um alegre carro velho, quanto ao carro novo, continuo apavorada
de dirigi-lo.
Mergulhando nas emoções:
O medo no meu corpo é assim: uma sensação terrível com o coração batendo forte e
desesperadamente.
Deixo minha imaginação fluir, tenho uma imagem, faço perguntas e as cenas se desenvolvem formando uma história.
O que sou: um leão com medo, como o personagem do mágico de Oz.
O que eu quero:
uma mão forte que saiba o que está fazendo, que me proteja e veja por mim onde
não posso enxergar. Então me torno um bebê no seio da mãe, eu mamo forte e meus
pequenos braços a abraçam, eu adormeço em seus braços, apertado contra seu
corpo. Suas mãos tornam-se peludas e com garras, são patas, patas de urso.
Agora sou um pequeno urso brincando com minha mãe, feliz como uma cena da Walt Disney. Sou pequenino e subo por seu corpo brincando como um filhote costuma fazer. Ela me ensina a pescar, e a correnteza às vezes me carrega mas os grandes braços da minha mãe me trazem novamente. Ela me protege dos perigos da floresta, eu me sinto alegre
e seguro.
Um dia minha mãe é morta por armas de homens, ela está
morta, eu a escarafuncho sem poder aceitar o fato que está diante de mim, eu
choro e urro copiosamente. Depois de algum tempo o choro já secou,
resta-me porém todo o luto, eu decido enterra-la às margens do rio, em uma
cavidade a coloco e ponho pedras. Permaneço sobre ela um pouco, e sigo para debaixo da
árvore mais próxima, onde permaneço ainda triste por alguns dias, no sétimo dia, olho para a floresta e um novo mundo se abre diante de mim, sinto vontade de ir. Sou jovem e forte.
A floresta é pequena e muito próxima da cidade. Procuro locais
seguros para fazer minha toca porém, nenhum lugar é tão longe dos homens, eu quero me
manter longe deles.
Um dia em minha toca sou pego pelos homens, eles me pegam e
me colocam em uma jaula. Estou profundamente triste, não tenho ânimo para nada.
Colocam-me em um recinto com água, mas não tem graça e nem se compara com a
floresta.
Então me colocam de volta na jaula, eles nem precisam de me anestesiar porque me tornei inofensivo, agora me levam de volta para a floresta.
Sinto que sou velho.
Ali na floresta os habitantes vem aos poucos e me contam a novidade, que nossa floresta está se tornando uma reserva protegida. Os homens estão colocando cercas de proteção e agora não podem caçar ali.
Agora tudo que quero é uma companheira, quero cheirar,
lamber, brincar, caçar, e copular com uma companheira da minha espécie. É um
novo momento da minha vida. Uma nova ursa se aproxima, é mais jovem do que eu,
e traz meus novos dias de alegria.
Meu coração já não bate forte e descompassado, dentro do meu
estômago há uma pulsação, sinto-me bem mais aliviada.
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Compreenda:
Nossas emoções são vastas e as experiências de fantasia podem nos ajudar a lidar com nossos medos, tristezas e sentimentos guardados, depois disto tendemos a lidar melhor com problemas da nossa vida. Podemos ter várias fantasias, trabalhar com vários sonhos em dias consecutivos enquanto sentirmos vontade e necessidade, enquanto as imagens provocarem nossos corpos e emoções gerando um processo terapêutico.
